Se há uma pergunta que sempre aparece nas rodas de conversas de quem frequenta festas em Santa Maria, essa pergunta é: e o DCE, quando vai voltar funcionar? Para os saudosistas, a resposta não é nada animadora. Ao que tudo indica, ainda vai demorar.
É que falta uma série de autorizações para que a boate do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) abra as portas ao público novamente. E, antes de toda a parte burocrática ser cumprida, uma reforma deve ser feita, considerando questões de segurança e de prevenção do incêndio. Se o espaço reabrir sem essas providências, além de colocar os frequentadores em risco, pode ser interditada novamente.
A boate do DCE foi fechada ainda antes da tragédia na boate Kiss, depois de uma fiscalização da Vigilância Sanitária, em 8 de janeiro do ano passado. O fechamento foi impulsionado por uma demanda do Ministério Público Federal (MPF), depois de uma denúncia por causa do barulho. O MPF teria solicitado ao município que fiscalizasse a legalidade do alvará. Já que a boate não tinha as licenças devidas, as portas foram fechadas.
A gestão do DCE, eleita a cada dois anos, continua com o desafio de reabrir as portas para a diversão do público universitário. Conforme Cintia Florence, uma das coordenadoras do DCE, a ideia é transformar o local não apenas em uma boate, mas em um espaço cultural e multiuso, que possa ser usado para as festas de universitários mas também para apresentações, cineclubes, palestras e teatro, por exemplo.
Para isso, além de toda a papelada (veja quadro), a boate do DCE, que fica em um prédio público, precisa licitar empresas para executar a reforma.
Para festejar, é necessário reformar
O Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI) da boate do DCE foi retirado no Corpo de Bombeiros no último dia 29. Depois de fazer os ajustes apontados pela corporação, os responsáveis pelo DCE precisam devolver os documentos para os bombeiros que, depois, concedem a licença. O comandante dos bombeiros, Luís Marcelo Gonçalves Maya, confirma que a boate precisa de ajustes.
- O documento foi retirado. Se encaminharem novamente e os problemas tiverem sido resolvido, a papelada é aprovada, e eles terão o alvará dos bombeiros - explica.
O pró-reitor de Infraestrutura da UFSM, Benoine Poll, explicou que a instituição já providenciou 90% dos ajustes necessários para cumprir todas as exigências dos bombeiros. Assim que o projeto de reforma for aprovado pela corporação, as obras começam. Primeiro, seria construída uma rampa metálica que liga a boate (que fica no subsolo) até o hall do prédio (que fica no térreo). A rampa, além de cumprir com as exigências de acessibilidade, teria largura necessária para ser uma saída de emergência. A boate já tem as portas de emergência, mas ainda precisa de mais uma com ligação direta para a rua (outras saídas levam para o pátio da Casa do Estudante).
Com a construção da rampa, o próximo passo seria facilitar a saída, desmanchando algumas salas do térreo, por onde passaria o novo acesso e retirar as grades da entrada do prédio, colocadas por questões de segurança.
- É necessário ter uma ligação com a via pública e, para isso, teria que abrir ou eliminar os portões e aquelas portas do saguão - explica Benoine.
Uma chance de matar a saudade das festas universitárias
Enquanto o DCE da UFSM não abre, o DCE da Unifra tomou uma iniciativa para matar a saudade das festas universitárias. Na noite de hoje, a partir das 23h, no Clube Comercial, os acadêmicos organizam uma festa, nos mesmos moldes das que eram realizadas no espaço da Federal.
- A festa surge de uma carência da velha boate do DCE. Enquanto o DCE não abre, a ideia é organizar esta festa - explica Guilherme Pittaluga Hoffmeister, presidente da gestão do DCE que está chegando ao fim.
Se a festa der certo, outras podem ser organizadas. A es